31 julho, 2006

Tempo, tempo, tempo


O tempo


Santo Agostinho dizia do tempo, no século V, "...não se pode vê-lo, nem sentir, nem escutar, nem cheirar, nem provar..."
Para os gregos havia o chronus, o tempo conceitual, e tempus, o tempo interno, da subjetividade do ser.
Em "Em busca do tempo perdido" de Proust, Deleuze comenta: o próprio tempo é plural... o tempo perdido não é só o tempo que passa, alterando os seres e anulando o que passou; é também o tempo que se perde... E o tempo redescoberto é, antes de tudo, um tempo que redescobrimos no âmago do tempo perdido e que nos revela a imagem da eternidade... Para cada espécie de signo há uma linha de tempo privilegiada que lhe corresponde...Há signos que nos obrigam a pensar no tempo perdido, isso é, na passagem do tempo, na anulação do que passou e na anulação dos seres"(Proust e os signos, Deleuze, pg, 19.
Para Nietzsche o tempo é a passagem da natureza... os acontecimentos são puras durações que tendem para os "momentos-fronteira"... toda lógica do Que Há-De-Vir e da criação artistica é "o absoluto fluxo do acontecimento".
Em "Sonhos de Einstein", no capítulo 24 de abril de 1905, existem dois tempos, o primeiro é rígido e metálico... o segundo se contorce e se remexe como uma enchova na baía (Lightman, pg, 24).
Enfim o tempo não para como disse Cazuza e é um senhor tão bonito como a cara de seu filho, como diz o Caetano.
E de repente, nesse por vir que inaugura esse lugar de ex-posição, meu blog, Psia(feminino de psiu, segundo Arnaldo Antunes), quero falar do tempo, já que no meu caos estou em busca do tempo perdido.