11 agosto, 2006

BEE SEASON


Posted by Picasa Às vezes alguns filmes são surpreendentes. Olhei esse. Tirei por que ver o Richard Gere é sempre um colírio. Eu sei que é um critério fútil, mas é honesto. O tema é sobre a tradição da letra na cultura judaica, principalmente pela Cabala. O quanto a letra nos inscreve no mundo e pode nos aproximar do poder da existência. Um dos seminários mais importantes de Lacan chama-se a Instância da letra no inconsciente... Não é à toa.

Bem, a menina do filme, faz papel de filha da bela Julliete Binoche e tem o dom de soletrar. O pai é um estudioso da Cabala e começa a ensiná-la o poder da escrita e a relação de poder possível da grafia das letras e de seus sons. A tradição judaica é simbólica, interpretativa. Os salmos, os provérbios, as metáforas e os chistes, são dessa família. Bom seria se pudesse se usar isso como anti-bombas nas guerras entre Israel e Líbano... por que não se pode lidar com isso simbolicamente? Bem, a questão do filme é que há um excesso do pai. Estranho, numa época que se fala da falência da função paterna, da falta dessa figura. Sei lá, o filme deixou coisas a pensar, por isso já valeu. Um detalhe bacana, deixando o comentário ainda mais caótico, é que numa hora fica claro que a letra é mantra e o mantra é letra, acho que tudo tem relação, a gente que conhece pouco.

Elaine