04 novembro, 2006

EM CHAMAS- ME CHAMAS


Adoro essa cidade. Acontece tanta coisa, todo tempo. É meio provinciana, às vezes, mas até disso eu gosto. Ando apegada à Porto Alegre. Na feira do livro tem muita coisa boa: contação de hisstórias da Liza Mendes, show da Renata Adegas, livro infantil do Celso, lançamento do Charles. Tem boteco no cais do Porto. Queremos cais do porto todo ano com boteco! O rio (lago) Guaíba é tão lindo. E a lua quase cheia! É muito romântico! E os dindinhos andando pelo centro? Que amor! Mas, Porto Alegre tem muito mais. No teatro, a estréia de Mamãe foi pro Alaska, arrasou! Carlos Ramiro, Evandro, Airton, sabe, essa gente que se vê todo dia, se toma café, fala bagacerice para apimentar o dia. De repente estão lá: brilhando, brilhando! Tem tanta gente boa, fazendo o que quer, indo à luta, se revelando. E nessa quarta, a Maria Rotemberg, Na batida!
Eu estou apaixonada! Porto Alegre em chamas, me chamas!

Amor platônico é muito bom. Principalmente se um dia não for platõnico. Será que nunca perco essa mania de adolescente?

Me lembrei do Saussure, o pai da lingüistica. Ele que inventou esse papo de signo ser a união do significado com o significante. Depois o Lacan inverte isso, dizendo que o significante faz barra ao significado. Muito bom! Mas, o que o Saussure tem de mais genial, não é o que ele fez no seu Curso de Lingüistica. Foi a sua loucura pelos contos gregorianos. Sabem o que ele ficava fazendo? Buscando anagramas. Tipo assim: palavras dentro de palavras, como se houvesse uma lógica escondida, ou disfarçada. Palavras sob palavras. Alguns dizem que a Bíblia conta a verdadeira história das religiões assim. Sei lá por que lembrei disso.